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sábado, 25 de julho de 2020

MUDANDO O RUMO DA PROSA - 1



Baixou a seção nostalgia.
Pra aliviar um pouco a peleja que tá sendo pra todos nós esses tempos de pandemia.
Em 1998 estava eu em Cannes fazendo compania pra minha querida amiga Helene ( veja aqui no blog "causus da polonesa" )
Sua família toda é ligada com cinema e música.
Sua filha me deu um convite pra assistir no Palais des Festivals et des Congrès o ensaio geral da peça Notre Damme de Paris adaptação do Corcunda de Notre Damme de Riccardo Cocciante e Luc Plamondon.
E lá fui eu, me achando, subir as famosas escadas do Palais onde anualmente acontece o Festival de Cinema de
Cannes.
Me lembro direitinho que fiquei hipnotizada com a grandeza, a beleza  do espetáculo e ao mesmo tempo só pensava nos meus amigos que adorariam estar ali comigo. Queria ter alguem pra conversar, rir junto e me emocionar junto.
Foi muito bom.
E as músicas ficaram por muito tempo na minha cabeça. Cantava o tempo todo.
Comprei o CD, claro!
Me encantei com a Noa, uma israelense pequenina, magrinha, com uma voz lindíssima, que fazia a Esmeralda. Sigo ela no Instagram  @noa_nini 

Amanhã continuo esse causu.

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domingo, 6 de março de 2011

O último sorriso dos olhinhos fechados

Eu acho lindo o sorriso de quem ri com os olhos, quem fecha os olhos pra rir. Só isso já me faz cair de amores por uma pessoa. E tenho muitos amigos que riem assim (não deve ser por acaso que são meus amigos).
Annie, ou Nini, era uma delas. Dá uma dor no peito, um pesar, saber que não vou mais ter essa alegria; alegria de ver seu sorriso, seus olhinhos fechando, me chamando pra fazer companhia pra ela ou pra sua mãe (causus da Polonesa - aqui no blog) ou mesmo sair pra jantar, me dar livros de presente e me fazer conhecer autores e personagens (ela era craque nisso. Trabalhou toda vida com cinema, tv e música).
Dedicou a maior parte dos seus dias e do seu talento, a um outro grande artista francês : Michel Polnareff. Como este mundo é cheio de coincidências e de acasos! Na minha adolescência, cantava, com meu francês tupiniquim, as músicas dos  discos dele e, quando trabalhei em Paris com o neto da Nini, tive o prazer de conhecê-lo e frequentar sua casa. Mesmo que não tenha sido muitas vezes, ele sempre foi super simpático. Nesta época, eles formavam um casal, depois, só continuou a grande amizade e o trabalho que os uniu até sexta-feira passada, dia 4/3/2011; o dia que ela partiu. Mais uma que parte antes do combinado. Muito antes.



Ela se foi por conta de um câncer daqueles brabos, em Paris. Falando com a filha dela e minha querida amiga, ela me disse que o sofrimento final foi muito grande. Nunca vamos aceitar a morte mas, ao mesmo tempo, mais difícil ainda é ver quem amamos sofrer tanto.

Foi uma grande produtora, de muito talento, tanto no teatro quanto no cinema. Produziu, em Paris, Hair, Godspell, Oh! Calcutta e Jesus Cristo Super Star.
Começou no teatro, em 1953, com Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignant. Foi um grande começo e Anouk ficou sendo sua amiga para sempre.
Nos anos 60, ela fez uma série americana, nos EUA, tipo "I Love Lucy", onde ela fazia uma francesa que se apaixona por um americano. Me lembro dela me mostrando fotos no sexto mês de gravidez, cheia de cintas e amarras porque ninguém podia perceber que ela estava grávida. Depois voltou a Paris pra ter sua filha.
Trabalhou, depois da série, com Yves Montand e voltou a trabalhar com Trintignant, se tornando grande amiga da mulher dele, Nadine. Conheci Nadine passeando com os netos dela no Champs des Mars, em Paris. Eu, na época, era babá do pequetito, netinho de Annie. Mais tarde Nadine queria que eu trabalhasse com os quatro filhos da filha dela Marie, que faleceu, de uma forma dramática, há pouco tempo atrás. Me lembro de brincar com ela dizendo:
- Quatro homens eu não aguento não!

Annie foi casada com Dirk Sanders, dançarino e coreógrafo, um dos homens mais bonitos que já conheci. Tenho revistas e fotos deles quando jovens, no começo da vida de casado e profissional. Lindo casal.
A convite de Annie, subi a rampa do Palais des Festivals, em Cannes. Não era época de festival, nem tinha tapete vermelho. Fui assistir ao último ensaio aberto de Luc Plumondon e Riccardo Conccianti com o musical Notre-Dame de Paris. Emocionante a grandiosidade de tudo : do teatro, dos atores-cantores e da música. Ganhei deles o CD que sempre tô ouvindo.
Poderia passar horas escrevendo sobre minha querida amiga, mas depois volto e conto mais.
Nunca vou me esquecer de que ela me chamava de "esprit libre". Merci Nini. Merci por tudo : por sua alegria, pelo que me ensinou, por sua amizade, por sua linda família.

Ela será cremada no Père-Lachaise, nesta quinta-feira, 10 de março, às 11:20h.

Quando alguém me pergunta o que eu faria se tivesse muita grana, sempre respondo:
- Usaria pra poder ir e vir, com mais facilidade, pra qualquer lugar, levando meus amigos junto.
Nesta quinta-feira, usaria pra ir até Paris dar meu último beijo em minha querida amiga.


Estas fotos de Annie foram feitas por, nada mais nada menos, que o grande Doisneau. Lembra do beijo na praça do Hotel de Ville? Pois é.

http://en.wikipedia.org/wiki/Notre-Dame_de_Paris_(musical)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Doisneau

domingo, 11 de julho de 2010

Festival de Cannes - filme premiado

Adoro filmes de propaganda e publicidade e, todo ano, acompanho o Festival em Cannes, onde o nosso Brasil, abiscoita prêmios sempre. O mais interessante é que já vi propagandas lindíssimas, que ganharam prêmio, mas não passaram aqui; não sei porquê.
Esse filme, que coloquei pra você ver, é um barato e ganhou prêmio este ano.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

E a polonesa dá adeus aos novos amigos brasileiros


E a minha amiga voltou pro seu cantinho em Cannes.

Depois de 2 meses e meio aqui comigo, depois de conhecer meus amigos, minhas família, de ter comido só Deus sabe quantos pães-de-queijo, de ter se sentado comigo no Parque Municipal de Belo Horizonte, várias manhãs, fazendo o seu inseparável crochê, depois de ter me perguntado, logo a mim que não entendo quase nada de plantas, o nome de várias delas, flores, árvores, queria curtir cada folha e cada flor que ela nunca tinha visto antes.

E fomos a restaurantes e foi convidada pra almoços e jantares em casa de amigos e família. E foi paparicada como nunca jamais havia sido em todos os seus 92 anos de vida.

Não cansava de falar de Araxá, das termas, do quanto havia rejuvenescido, dormido e se alimentado bem.

Fomos nos despedir dos novos amigos que ela tinha feito nas tardes de Bridge. Quase rolou chororô do lado dela. Do lado brasileiro, normal. Povo chora sem vergonha. Só não rolou porque, como já disse, depois de tanta revolução, tanta guerra e tanta perda, parecia que as lágrimas ali já haviam secado. Tinha mais nenhuma rolando externamente não mas, por dentro, pelo que conhecia dela, já sentia a tristeza de estar voltando pra sua solidão, pra sua vida sozinha, com todo conforto, tudo bem! mas com quase zero de calor humano, de abraços, de beijos e de falação sem fim em seus ouvidos.

Foi embora com a bolsa cheia de mudas de plantas. E eu dizendo que elas iam morrer no abafado da mala e ela nem me ouviu, o que fez muito bem porque, quando voltei a Cannes, não é que todas estavam lá vivinhas da silva e lindas? Plantas tropicais brasileiras enfeitando a varanda francesa de uma polonesa muito querida.

Então, quem gostou das histórias da polonesa, vai pensar : "Que pena! Acabou? Não vai ter mais?"

Não se preocupem. Só fechei a história da vinda dela, pela primeira vez, ao Brasil, aos 92 anos.

Como assim primeira? Ela voltou, então?

Voltou minha gente e, desta vez, pra morar. Pra morrer aqui, segundo ela.

Como diz uma amiga :

"Voltou agora em definitivA."

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Djavan a todo vapor em Cannes e o francês pedindo pra morrer


Estava de bobeira em Cannes, na casa da minha amiga e, de repente, começo a ouvir Djavan esguelando. Alto mesmo !

Pensei cá comigo: "só pode ser casa de brasileiro" (francês, mesmo gostando muito de música, jamais iria ouvir naquela altura).

Fui pra varanda, e espichei o ouvido pra sentir de qual apartamento tava vindo o som.

Várias janelas abertas, era difícil identificar.

Foi aí que chegou uma moça em uma varanda, varrendo e cantava na mesma altura.

Brasileiro conhece o outro de longe. Meus amigos franceses ficam doidos comigo quando começo a apontar brasileiro na rua. Não entendem como posso saber, no meio de tanta mistureba - brasileiro criolo, branco, japonês, moreno, loura - como sei que é brasileiro. Eu digo que ninguém anda como a gente. O jeito de andar, rir, sei lá. Só sei que nunca errei. Tenho um amigo que diz que é fácil, porque todos andam com a mochila na frente. Medo de roubo....rs. Mas eu não me engano e daquela vez não me enganei também. Vi que não era brasileira.

Fiz um gesto pra ela e perguntei em Português: "Você é de onde?". E ela respondeu em Português: "Daqui, sou francesa."

E daí começou uma bela amizade.

Eram mãe e dois filhos adolescentes, franceses que tinham morado durante muitos anos no Brasil, a mãe se separou do marido e estavam voltando. E moraram em Belo Horizonte. Pode? Mundo pequeno. Super simpáticos. Loucos com o Brasil e com o coração apertado por terem que vir embora, por isso o som naquela altura.

O apartamento todo zoneado com a mudança, e já tava ajudando a colocar as coisas no lugar, quando ela me contou um caso engraçado que tinha acontecido à noite e tava puta com o vizinho.

Disse que tinha se levantado pra ir à cozinha e trombou em alguma caixa que caiu e fez barulho. Normal. Normal no Brasil, cara pálida, lá é uma afronta fazer barulho à noite.

E não é que o vizinho subiu pra reclamar? Às 3 da matina?

Ela abriu a porta, o moço reclamou e ela disse pra ele: "Estou realmente de volta a essa terra de neuróticos. O sr. se deu ao trabalho de subir pra me encher o saco. Se fosse no Brasil, ninguém subiria mas, se subisse, seria pra ver o que tinha acontecido e se eu tava precisando de ajuda." Falou brava e fechou a porta na cara do moço.

Ela não ficou muito tempo por lá.

Da última vez que nos falamos, tava morando na Itália.

Deve ter sido o mais próximo da nossa zona que ela encontrou pra viver. Brincadeira! Casou com um italiano.

Mas tava amando. Os dois.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Dando uma geral na casa e no povo, e me divertindo em Cannes...











































Toda vez que eu passava uma temporada em Cannes com minha amiga, era tempo de faxina, de reformas, de renovar guarda-roupa, cabeleireiro, manicure, pedicure, massagem, comer em restaurantes, passeio pela orla da praia, tomar sorvete que ela amava, tudo que tava acumulado. E visitas ao médico.

E ela ficava toda serelepe, com o permanente novo nos cabelos, unhas arrumadas, pés tratados pelo Dr. Schol, roupas novas tipo camisetas fresquinhas pro verão, chinelinho confortável pra ficar em casa.

Víamos o que tinha de novo nas feirinhas de artesanato na "Croisette", o calçadão que passa em frente ao Palais des Festivals, onde acontece o festival de cinema, de propaganda, de Cannes.

A gente gostava também de ficar sentada nos bancos da praia, olhando o vai-e-vem entre o Hotel Carlton e os iates dos milionários, normalmente árabes. O iate ancorado a poucos metros da praia não bastava, alugavam 2, 3 andares dos hotéis. Até salões com brinquedos eram montados pra criançada deles, porque eles vêm em bandos, família toda.

Íamos ao restaurante preferido dela onde era saboreado, com toda calma e prazer, o "sole" - um peixe que, segundo ela, é o mais saboroso do mundo, mas eu não gosto porque tem espinha demais. E nem esperava direito acabar de comer, porque aí já vinha a sobremesa tão esperada : crème brülée. Adorava! Às vezes comia dois. E eu agarrava num belo sundae feito com o Häagen -Dazs que é o sorvete mais delicioso do mundo, pro meu gosto. O macadâmia Nut Brittle é de comer ajoelhado no grão-de-milho ( coisa mais antiga, meu Deus!....rs).

Já tão notando que, ao mesmo tempo que conto meu causu, convido o povo a comer bem e se divertir, se possível em Cannes.

Aí vinha a parte de ir aos médicos. Era sempre a mesma coisa. Só pra eu rir. Nós entrávamos, o médico perguntava, perguntava e 90% das respotas era não. -"Inapetente ?" (perigo!!!) -"Não". -"Dorme mal?" -"Não". -"Dores não sei onde, não sei onde?" -"Não".

Aí ele pegava o estetoscópio e começava a auscultar. Ela sentadinha como se não fosse com ela. Nem aí. E o médico falava sozinho o tempo todo. Podia falar porque ela era muito surda, entendia tudo quando a gente falava diretamente pra ela. De costas, nada.

O médico franzia a sobrancelha e falava : "incroyable, incroyable... tout à fait, incroyable." ( inacreditável, inacreditável, completamente inacreditável). Tudo na mais perfeita ordem.

E eu ria. Terminada a consulta, eu pagava, porque nem bolsa ela se dava ao trabalho de carregar. E eu tinha que estar sempre com a grana dela, porque cismava de comprar qualquer coisa, ia comprando. Não tinha essa de perguntar se eu tinha dinheiro comigo.

Saíamos e íamos continuar nosso passeio.

http://www.cannes.fr/

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